sábado, 15 de novembro de 2008

Lugares comuns na Feira



Taí, será que a maioria dos leitores do Vaia são portoalgrenses ou moram em Porto Alegre? Se sim, se tu é da maioria, segue lendo. Se não ou se tu não é da maioria, lê só por curiosidade.

É que são só mais 3 dias de Feira do Livro.
Confesso que eu deveria ter escrito isso antes.
Mas antes tarde do que nunca, diz o lugar comum.

Falando no tal, o lugar comum, um recente em épocas de Feira é que Feira não tem mais a mesma graça, não tem mais achados, não tem mais por quê. Eu já ouvi isso. E bastante.

Bom, sou jovem. Quando a Feira do Livro surgiu, eu não era nem projeto. Mas desde que virei projeto de leitor, sempre vou. Nem que seja pra ver tanta livraria tão próxima uma da outra. E que seja porque tem um jogo de acaso que eu acho legal na Feira, que é do livro te encontrar. É diferente de ir numa megastore ou num sebo, com uma diretriz na cabeça. Na Feira, por mais que tu tenha uma listinha de livros, algum volume vai te achar, vai saltar da caixa pro teu colo. É só dar chance, é só olhar pros saldos. Por isso, no mínimo na noite da abertura e no dia do fechamento, estou por lá. Se der pra ir mais, vou com todo o gosto.

E acho que esse ano, contrariando o lugar comum, a coisa tá até melhor. Sim, os livros novos continuam, na sua maioria, com desconto. Mas as caixas, não sei se por causa da crise, não sei se pelo baixo movimento (não sei o que gera o quê), parece que nas caixas os livreiros resolveram depositar algumas belezuras, pra ver se caras como eu continuam depositando fé na Feira. Pra exemplificar, algumas coisas que eu mesmo comprei pagando na faixa de mais ou menos dez pilas.

- Vol. 3 do Teatro Completo de Shakespeare (tradução do Millôr)
- Vale Abraão, da portuguesa Augustina Bessa-Luis em novíssimo estado.
- Novelas Exemplares e A Espanhola Inglesa, do Cervantes
- A Décima Segunda Noite (que saiu há muito pouco) e Aventuras da Família Brasil, do Luis Fernando Veríssimo
- História do Cerco de Lisboa, do Saramago
- A Viagem Vertical, do Enrique Vila-Matas
- A Arca de Noé, do Vinícius de Morais
E comprei mais. E vi Raymond Carver, Philip Roth, Nelson de Oliveira, Machado de Assis e muita gente que minha memória não lembra mais (ou não quer entregar de bandeja) por esse mesmo valor. Quer ainda mais? Eu quero também e sei que tem. Por isso que no domingo, se tu der uma volta pela Feira, vai me ver por lá. Mas eu não garanto que eu vá te ver, porque estarei fuçando em alguma das barracas.

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